ATIVIDADE WORD


DÁ ATÉ UM LIVRO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Nesta minha postagem falarei resumidamente mais um pouco da pequena história que o ADORE teve desde o comecinho até os dias de hoje .............

Bom eu não frequentava o culto de jovens e não curtia muito o culto de jovens da IBF, pelo fato de ir em outras igrejas e ver um culto animado onde os jovens pulavam e corriam na presença de Deus e não ver isso no culto de jovens da IBF (também se dava pq não havia um grupo fixo para minstrar as vezes o louvor era até no CD).

Daí em comecei a namorar uma menina, que frequentava esse culto, e comecei a frequentar juntamente com ela. Eu já tocava guitarra ou arranhava ..kkkkk mas nunca havia passado pela minha cabeça que que viria tocar guitarra no louvor, eu queria sim tocar para Deus, mas penssava em ter uma banda, para poder tocar e evangelizar fora da igreja.
Lembro que estava com medo de iniciar o grupo já que todos tinham muitas experiências com a música, exceto eu e Esdras.
No início dos ensaios eu fazia base, e o Douglas fazia guiatarra solo, e o que parecia fácil para todos era muito difícil para mim. E logo no início antes mesmo de nos apresentar, Douglas decidiu sair por motivos pessoais, e fiquem então fazendo as guiatarras do Adore sozinho o que aumentou ainda mais minha responssabilidade. Com muita luta do cabeção(Weldes) ele conseguiu me ensinar á tocar em grupo ......... kkkkk e que lutas, que noites !!!!!!!

Mesmo com pouco menos de um ano de grupo, Deus já havia feito grandes obras em nossas vidas através do nossa minsitério, já haviamos gravado várias músicas, tanto em estúdio como ao vivo, fomos chamados para ministrar em vários lugares, tocamos para a cantora Lucinéa Lopez no lançamento de seu CD, e graças á Deus começamos a ter idéias mais criativas de como alcançar jovens. Adquirindo assim expêriencias tanto musicalmente, como espiritualmente, e como e na formação de ''pessoas''.

O Weldes compos uma música chamda ''Salvou o Dia'', e fomos slecionados para participar do festival de música Belo Horizonte um dos festivais mais respeitados de Minas Gerais e até mesmo do Brasil eu diria, (musicalmente falando) ....... poucos sabem disso ....... kkkkkkkk e pegou a gente de surpresa que nós não esperavamos ser selecionados já que muitas musicas haviam sido mandadas de todas as partes ..... eu mesmo desacreditava na gente.
Bom chegamos na praça Santa Tereza no bairro Floreta-BH e quando descemos da van o festival tinha acabado de começar,(Somente eu, Esdras, Luciano e Weldes, formação típica de banda de pop rock, guitarra, bateria, baixo e 1 vocal) eu e Esdras estavamos nervosos, muito nervosos, principalmente depois que a primeira banda se apresentou e que e que apresentação, .. dava pra ver que os caras viviam daquilo, baterista bombado rastafari e dois guiatarrista cabeludos com equipametos muito loucos (caros) rsssss.

O que sempre ajudou, e ajuda até hoje as vezes é o fato de sempre brincar uns com os outros até mesmo pra ''quebrar o gelo''.
Me lembro eu e o Esdras estvamos comendo sanduíche o falavamos de boca cheian enquanto as bandas se apresentavam: '' É ... eu acho que a gente vai ser os pióooooooo , os pióoooo ......... kkkkkkkk
e riamos até falar chega ......... rssssssssss
O festival não era um evento gospel, o único grupo gospel foi o Adore, era um festival bem eclético, do heavy metal pesadão até a mais elaborada roda de viola, do mpb e forró até o ''pop rock gospel do Adore''. Só não tinha funk e axé , também , ninguém merece né !!!! rsss
Bom, apresentamos e não erramos praticamente nada e acertamos até na regulagem dos amplificadores, já até na regulagem dos amplificadores, já que não podia pássar o som. Antes de nos apresetar o Weldes passou uma menssagem e disse quem éramos, uma mesnssagem que tenho certeza que fez muitas pessoas com que penssassem no meio daquele tanto de fumaça de cigarra, pelo menos um instante no amor em Jesus tem poi eles.

Infelizmente não vencemos o prêmio ficou pra ''a papa festivais do Brasil, Ivânia Catarina cantora de mpb, jazz''.... mas foi ótimo tanto pela experiência musical, e muito mais pela menssagem que foi dada ............ e voltamos para casa muito felizes esse (acabamos com o Esdras na gosera sob o comndo do Badaró) um dia foi um dia muito marcante eu diria, pois acaba ficando conhecido pelos músicos da serenata já que alguns estavam no festival.

Bom de lá pra cá muita coisa aconteceu, e hoje outras pessoas integraram ao grupo fortalecendo ainda mais.
O Winderson se integrou ao noss grupo e começou a tocar guitarra, '' meu parça'' ...... e foi uma ótima escolha da parte do Weldes, pois é uma excelente pessoas, e um músico essencial á um grupo.( Já não estou sozinho na guiata, agira ele esconde mais os meus erros e os divide comigo .... kkkkkkkk)
Mais tarde Lukão, Jackson, Nelinho e Juliete também se integraram ao grupo.

E hoje vejo os jovens de nossa igreja cada vez mais unidos com um só propósito, e curtindo a vida e a cada culto intenssamenteao lado de Jesus, dizendo ao mundo que ELE é o NOSSO SENHOR e que renuncia as coisas ''prazerosas que a carne nos oferece, por amor a Deus ......................

Agradelo á Deus sempre que lembro , por ter me colocado nesse ministério, e por ter mudado minha vida e meu modo de penssar e ver o mundo, e também de muitos jovens.

Aew galera jovnes, a gente deve estar sempre unidos uns aos outros, sem mágoa e rancor, e juntos, espalhar o evangelho que Nosso Rei Jesus nos ensinou. Como o próprio nome da rede diz: '' Rede de Jovens Resgate''...... logo somos como uma rede ligados uns nos outros como um só propósito : o resgate de vidas .......

Viva e Compartilhada
Adriana Veloso em artigo, debate, entrevista, relatório, tecnologia

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Pesquisa aponta necessidade de integração de sistemas e esforços

O Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura é um novo modelo de gestão que está em curso atualmente dentro do governo brasileiro. O Programa consiste na seleção, conveniamento e financiamento de diversas instituições – de ONGs, OSCIPs a Universidades, Prefeituras, etc – para que estas tornem-se Pontos de Cultura. No próprio portal do Ministério da Cultura lê-se que “um dos princípios do Programa Cultura Viva é a Gestão Compartilhada. Isso significa que o Programa está constantemente aberto ao diálogo com a sociedade civil e defende que a mesma postura seja adotada pelos Pontos de Cultura”. Para compreender a dimensão e complexidade desta proposta de gestão compartilhada em um programa governamental, foram ouvidas três pessoas com diferentes envolvimentos esta nova política pública de cultura: A historiadora Rachel Oliveira que, atualmente, presta uma consultoria em metodologias de acompanhamento, avaliação de projetos e sistematização de informações ao Ministério da Cultura, e que anteriormente trabalhou na Representação Regional do Ministério da Cultura de Minas Gerais; A psicóloga Roberta Scatolini, Secretária de Cultura e orientadora pedagógica do Instituto Paulo Freire, que foi contratado pelo Ministério da Cultura para realizar dinâmicas de gestão compartilhada com os Pontos de Cultura e outros envolvidos; E o cientista social José Paulo Neto, que trabalhou como terceirizado para o Ministério da Cultura na Ação Cultura Digital, responsável pelo letramento digital e midiático das comunidades dos Pontos de Cultura.

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Publicado em 02/04/2008

Escola é lugar de Lan House?
Mariana Di Stella Piazzolla em artigo

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Pesquisando sobre o os conflitos entre lan houses e educação - demonstrados na motivação de projetos de lei que tentam impor o estabelecimento físico das Lan Houses a uma certa distância das escolas - encontrei um artigo de Tânia Fortuna, escrito em 2004, que ao contrário, já falava sobre a importância dessa aproximação.

O texto foi publicado no site da Escola de Oficina Lúdica, um Centro de Formação Permanente, Pesquisa e Assessoria na àrea Lúdica.

Comentem!

“Escola é (ou deveria ser) lugar de tudo que tem a ver com a vida. E se a vida, na atualidade, produz o fenômeno das LAN house , este deve ser um tema presente na escola.


É preciso recordar as funções da escola: ela tem uma dimensão socializante, isto é, de preparação do jovem cidadão para o convívio em grupo e em sociedade; possui, também, uma função epistêmica, ou seja, deve estar a serviço da apropriação, por parte do aluno, dos conhecimentos acumulados pela humanidade, ao mesmo tempo em que deve propiciar a este aluno a construção de novos conhecimentos; e, finalmente, deve desempenhar a função profissionalizante, por meio da qual promove a qualificação para o trabalho.

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Publicado em 18/03/2008

Replicando a experiência de Piraí
Mariana Di Stella Piazzolla em artigo

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Parece que a ampliação da política de banda larga em Piraí está indo de vento e popa. A cidade que visitamos em setembro do ano passado, hoje serve de modelo para as cidades que pertencem à baixada fluminense no que diz respeito ao acesso rápido à internet nas escolas, postos de saúde e Centros Vocacionais Tecnológicos.

A revista ARede publicou neste mês uma matéria sobre a implementação do projeto na região do Rio de Janeiro.

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Publicado em 17/03/2008

Ainda Campus Party
Luciana Scuarcialupi em artigo, bastidores, equipe, evento

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O maior encontro de comunidades de tecnologia que aconteceu em São Paulo está rendendo assunto no nosso Blog de cultura digital. Como contamos em um post às vésperas do evento começar, nossa equipe apresentou um projeto para a organização do Campus Party propondo o seguinte:

nós convidaríamos 5 Pontos de Cultura, do Brasil todo, para participar do evento;
o Campus Party traria duas pessoas de cada um desses Pontos de Cultura, com inscrição no evento, barracas, alimentação e disponibilizaria 5 celulares Nókia N95 para serem usados no evento pelo grupo;
com esses celulares os Pontos ficariam responsáveis por fazerem uma cobertura alternativa do evento em formatos menores e com publicação instantânea;
nós do cultura digital organizaríamos um espaço de discussão de produção e cobertura digital com celulares;
ao final do evento os 5 celulares seriam doados aos Pontos de Cultura para que a produção continuasse em vários pontos do Brasil;
além da cobertura com os N95 ficou acordada um sistema extra, de apoio, com câmeras trazidas pelos Pontos de Cultura e uma Ilha de Edição montada pela equipe de São Paulo para a finalização do material gravado.
E foi quase assim que se deu. Quase porque os celulares não chegaram! Mas a equipe que formamos não se acanhou e decidiu levar adiante a proposta de cobrir o evento. Câmeras em punho, os momentos que seriam de discussão de linguagem e formato para registro com celulares se transformaram em reuniões de pauta.

Não vou ficar aqui contando para vocês quando vocês podem ler a opinião de várias das pessoas que formaram nosso time. Segue nossa avaliação dividida em três quesitos: nossa avaliação do evento; uma auto-avaliação do trabalho em equipe e por fim colocamos nossa produção em cheque e questionamos mesmo. As avaliações foram mandadas para uma lista de e-mail que criamos e eu editei um pouquinho para que vocês, que não estavam lá com a gente, entendessem do que estamos falando. Os créditos estão no final, em negrito.

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Publicado em 14/03/2008

MUAN - Software Livre de Animação
Daniel Taterka em Vídeo, artigo, entrevista, evento, tecnologia

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Você sabia que existe um software livre de animação desenvolvido no Brasil e voltado para uso educacional? É o MUAN que com sua interface simples e intuitiva alimenta o projeto Anima Escola e proporciona a crianças, jovens e adultos acesso a este importante meio de produção cultural.

Segundo o site oficial, o Muan é um sistema open source para animação quadro-a-quadro(…) Sua interface gráfica permite a rápida criação, edição, manipulação e visualização de animações, utilizando câmeras de vídeo ou webcams conectadas ao computador. Por ter sido elaborado para propósitos educacionais, MUAN é simples e fácil de operar, contendo funcionalidades que atendem tanto aos iniciantes quanto aos animadores profissionais.

O premiado animador Marcos Magalhães, um dos idealizadores do projeto, fez uma apresentação muito bacana do Muan no Campus Party. Ele começou com um panorama da história da animação, apresenou exemplos das diversas técnicas usadas desde os primórdios e revelou: “…a linguagem do cinema nasceu da animação…” Na sequência fez uma demonstração da interface descomplicada do Muan realizando uma rápida e simples animação.

O vídeo termina com o sociólogo e professor Sérgio Amadeu entrevistando Marcos e também deixando o seu recado.

Reunião TEIA BRASÍLIA 2008
Adriana Veloso em bastidores, planejamento, teia

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DE: GT Comunicação

A comissão de Pontos de Cultura responsável pela organização da TEIA BRASÍLIA 2008 reuniu-se na Casa de Cultura da América Latina em Brasília dias 16 e 17 de abril e após informes, histórico e análise da conjuntura decidiu:

Organizar a Teia a partir dos pontos de cultura, desde a indicação dos delegados participantes do Fórum à programação cultural, passando pela articulação local com os movimentos de economia solidária, direitos humanos, juventude e poder público.

Estimular a articulação do Fóruns estaduais de pontos de cultura com as representações estaduais do MinC e os governos estaduais fortalecendo assim o Sistema Nacional de Cultura – SNC criado recentemente.

Aproximar a realização da TEIA dos Pontos de Cultura locais envolvendo os mesmos na organização e na programação cultural, garantindo assim uma ampla participação pública no evento que também será o principal evento de comemoração e reflexão sobre o 15 de novembro e a república que estamos construindo hoje. Leia mais »

Publicado em 16/04/2008

Sessões atualizadas
Adriana Veloso em bastidores, tecnologia

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Estamos incluíndo novas informações aqui na página. Você tem sugestões de linques, de downloads, ou alguma história da cultura digital que queira compartilhar? É só comentar este post!

Confiram as atualizações na sessão de downloads e no sobre.

Publicado em 17/03/2008

Ainda Campus Party
Luciana Scuarcialupi em artigo, bastidores, equipe, evento

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O maior encontro de comunidades de tecnologia que aconteceu em São Paulo está rendendo assunto no nosso Blog de cultura digital. Como contamos em um post às vésperas do evento começar, nossa equipe apresentou um projeto para a organização do Campus Party propondo o seguinte:

nós convidaríamos 5 Pontos de Cultura, do Brasil todo, para participar do evento;
o Campus Party traria duas pessoas de cada um desses Pontos de Cultura, com inscrição no evento, barracas, alimentação e disponibilizaria 5 celulares Nókia N95 para serem usados no evento pelo grupo;
com esses celulares os Pontos ficariam responsáveis por fazerem uma cobertura alternativa do evento em formatos menores e com publicação instantânea;
nós do cultura digital organizaríamos um espaço de discussão de produção e cobertura digital com celulares;
ao final do evento os 5 celulares seriam doados aos Pontos de Cultura para que a produção continuasse em vários pontos do Brasil;
além da cobertura com os N95 ficou acordada um sistema extra, de apoio, com câmeras trazidas pelos Pontos de Cultura e uma Ilha de Edição montada pela equipe de São Paulo para a finalização do material gravado.
E foi quase assim que se deu. Quase porque os celulares não chegaram! Mas a equipe que formamos não se acanhou e decidiu levar adiante a proposta de cobrir o evento. Câmeras em punho, os momentos que seriam de discussão de linguagem e formato para registro com celulares se transformaram em reuniões de pauta.

Não vou ficar aqui contando para vocês quando vocês podem ler a opinião de várias das pessoas que formaram nosso time. Segue nossa avaliação dividida em três quesitos: nossa avaliação do evento; uma auto-avaliação do trabalho em equipe e por fim colocamos nossa produção em cheque e questionamos mesmo. As avaliações foram mandadas para uma lista de e-mail que criamos e eu editei um pouquinho para que vocês, que não estavam lá com a gente, entendessem do que estamos falando. Os créditos estão no final, em negrito.

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Publicado em 08/01/2008

Padronização dos blogs do Ministério da Cultura
Fabiano Rangel em bastidores, equipe, projeto, tecnologia

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Conforme os projetos de “Blogs de Cultura” surgiam, me deparei com uma questão importante, que não tinhamos um visual padrão para os projetos internos.

Então levei a questão a equipe do MinC e com isso desenvolveu-se dois padrões visuais para os eventos/projetos do Ministério. Juntamente com os padrões desenvolvemos uma marca para simbolizar que o blog é vinculado com o Ministério da Cultura que sempre se encontrará no canto superior direito dos sites.

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Publicado em 28/06/2007

Na fronteira entre o novo e o tradicional Na fronteira entre o novo e o tradicional
Adriana Veloso em Vídeo, artigo, bastidores, entrevista, história, projeto

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Diamantina. Patrimônio Cultural da Humanidade. Bem no meio do cartão postal, na rua da Glória, emergem manifestações culturais da periferia negra da cidade. É o “Ponto de Cultura nas Trilhas da Cidadania Cultural”. “Às vezes acho que não é nem trilha é pique, porque é muito difícil abrir clareiras por aqui”, conta Márcia Betânia, gestora e uma das idealizadoras do projeto.

Era preciso dar espaço para as novas linguagens e novas formas de expressão que surgiam na cidade. Grupos de hip hop, capoeira, percussão, funk, grafitti, entre outros. Márcia teve a percepção de que havia redes sociais emergindo “ainda que num primeiro momento de forma desarticulada” nos diversos bairros da periferia. Os grupos foram convidados a participar da construção, manutenção e autonomia do Ponto de Cultura.

Os Pontos de Cultura, instituições responsáveis por fomentar a cultura local, foram selecionados a partir de 2004 por meio do edital público Cultura Viva do Ministério da Cultura (MinC). Há hoje mais de quinhentas instituições conveniadas, em todas as regiões do país, que recebem verbas de até 150 mil reais com o objetivo de produzir e documentar manifestações culturais populares. A expectativa, de acordo com o MinC, é que até o final do segundo mandato do governo Lula, o número de Pontos de Cultura chegue a vinte mil.

Em maio deste ano o Ponto de Cultura de Diamantina completou um ano de abertura e continuou desafiando o status quo – ou seja inovou tanto por trabalhar com a cultura negra, em uma cidade onde ela não é reconhecida, como por tentar gerar renda e autosustentabilidade para as pessoas atuantes no Ponto de Cultura ao promover oficinas e atividades pagas, com vistas a gerar renda para os participantes do espaço.

Low Tech Multimídia
Adriana Veloso em artigo, bastidores, equipe, história, tecnologia

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Baixa tecnologia criativa com cultura popular local

Por: Adriana Veloso com colaborações de Renata Aquino e Tati Wells

Software livre além do computador


O marco da entrada do software livre no Brasil deu-se com o lançamento do Conectiva Red Hat, que a partir de 1996 disponibilizou uma versão traduzida ao português brasileiro do sistema operacional Gnu/Linux. Mas foi de fato a sociedade civil que propagou o uso e construiu as relações de compartilhamento, troca e pesquisa intrínsecas ao projeto de um sistema livre e de código aberto. Ações como o Projeto Software Livre, por exemplo, que realiza desde 2000 anualmente o Fórum Internacional Software Livre (FISL) fizeram com que o Gnu/Linux se tornasse mais utilizado e difundido.

Os avanços das interfaces gráficas e dos programas multimídia também foram de suma importância para a abrangência do uso do software livre, mas principalmente sua filosofia de livre distribuição, possibilidade de modificação e customização, entre outras, atraiu muitas pessoas. E a cultura de uso desta nova ferramenta que fez com que os ideais de livre distribuição, compartilhamento e faça você mesma migrassem para outras áreas, como a produção midiática e musical.

Os Indymedias foram os primeiros websites de notícias que utilizaram a licença copyleft. No Brasil, no final de 2000, chega o Centro de Mídia Independente. Logo depois, pessoas ligadas à música, como coletivo pernambucano Re:Combo, passam a utilizar uma licença de remix. É o início da migração dos ideais do software livre para a arte e a cultura.

Com a receita da feijoada disponível para todo mundo, cada região do país reinventou sua versão, adicionou um tempero regional. O licenciamento que permite executar, estudar, aperfeiçoar e distribuir, originário da GNU General Public License (GPL), passa a ser aplicado em outras esferas que não a do software. O que ocorreu no caso do Brasil, nos últimos dez anos, é que o sistema operacional livre e sua ideologia foi encarado e utilizado como um catalisador para ações que sempre existiram no “mundo analógico”.

Libertando da cultura por meio da tecnologia


A partir da distribuição de uma documentação sobre como produzir, aliada à popularização de mídias como gravadores de Cds e DVDs, tornou-se muito mais acessível divulgar realidades regionais. Pois, em contraposição à diversidade brasileira, o monopólio das mídias trabalha em função do jabá, representando na telinha ou no rádio uma cultura muito mais estadunidense (*) que nacional. Quando muito destaca o sudeste e um nordeste rotulado em jargões comerciais.

Paralelamente, a interlocução das mídias livres trabalha mais diretamente com as pessoas, possibilitando que muitas outras vozes e opiniões sejam protagonistas. Conseqüentemente a diversidade é muito maior. Um simples exemplo sobre a produção musical brasileira: Quem é mais representativo, a Sony/BMG e seus 38 artistas nacionais contratados ou os mais de 30 mil musicistas cadastrados no Trama Virtual que disponibilizam suas músicas em licenças livres?

Neste aspecto os Encontros de Conhecimentos Livres e as Oficinas locais , promovidos desde 2005 pela Ação Cultura Digital, trabalham com a auto-estima das comunidades a partir do momento em que as coloca como protagonistas de sua própria história, oferecendo a possibilidade de auto-documentação da cultura popular local. Foram inúmeros os grupos que gravaram seu primeiro CD ou primeiro vídeo de trabalhos criados por gerações. São novas produções culturais refletindo para o mundo a diversidade nacional.

A instrumentalização tecnológica dos Pontos de Cultura, entidades selecionadas em edital pelo Ministério da Cultura para receberem uma verba com vistas a ampliarem suas ações, seja por meio do kit multimídia ou pelo aprendizado do manuseio de ferramentas livres para a produção multimídia, também fez com que estes agentes se tornassem autônomos em sua produção cultural. Já é possível trocar material entre projetos de todo país e com acesso à internet pode-se conhecer muitas outras realidades além daquelas exibidas no plim plim da Rede Globo, como no Acervo Livre, repositório de publicações abertas de material multimídia, por exemplo.

Reapropriação das ferramentas

Em se tratando da realidade brasileira não faz sentido falar em investimentos milionários em hardware (computadores, filmadoras, etc) para promover essa difusão e produção cultural descentralizada. A grande questão fica em como trabalhar com a diversidade cultural e criatividade com poucos recursos.

O diferencial da abordagem brasileira com relação às ferramentas tecnológicas, ou o hardware, é que de fato temos disponível sucata e para nós o lixo tecnológico deve ser reaproveitado. Um máquina de última geração pode até chegar à classe média alta, porém para fazer inclusão digital, entenda-se lá como for o que esta expressão indique, é preciso ter em mente que reciclar é dar acesso.

O copyleft do hardware

Justamente aí entra o Metareciclagem, proposta que serviu de base para a construção da Ação Cultura Digital. Este projeto não se trata apenas de reciclar máquinas antigas para colocar telecentros em funcionamento. Fazer Metareciclagem é principalmente pensar em como empregar a parafernalha tecnológica para projetos socialmente engajados utilizando-se de criatividade artística para isso. Lembrando que por tecnologia entende-se qualquer objeto manipulado pelo ser humano, de uma lápis a um processador dual core.


Desmontar teclados, fazer com eles sensores e com estes fazer um piano no chão é um exemplo de Metareciclagem. Uma video wall, ou parede de telas de computador antigas, exibindo imagens é aplicar o conceito de Metareciclagem. Estes são apenas alguns exemplos de projetos executados por pessoas que trabalham com baixa tecnologia, arte e multimídia. São coisas assim que encantam as pessoas por serem quase inimagináveis no primeiro olhar, afinal, você pensaria em um piano ao ver um monte de teclados velhos e estragados? (Veja o vídeo do piano em funcionamento)

O que as pessoas que aplicam Metareciclagem em suas vidas de fato fazem é levar o conceito de código aberto ao hardware, à parafernália tecnológica. Pois ao abrir a caixa preta da tecnologia, entender como as máquinas funcionam por dentro, reproduz-se a receita do bolo, da feijoada, utilizando-a de sua própria maneira.

Esse olhar, que vislumbra possibilidades infinitas, reflete a criatividade típica das brasileiras e brasileiros. Se propomos novos usos no artesanato porque não na tecnologia? Além disso, a simples atitude de reaprovetar a baixa tecnologia é negar a obsolecência programada da indústria. Ao abrir as máquinas desmistifica-se o que é um computador, seu funcionamento e sua distância, seja ela de origem financeira ou de aprendizado.

Grupos e coletivos como o Metareciclagem, o Mídia Tática, e o Centro de Mídia Independente, atuantes direta ou indiretamente no MinC por meio da Ação Cultura Digital, misturam o low tech com o multimídia em um contexto de mudanças sócio econômicas do qual emerge os conceitos do software livre e os novos tipos de licenciamento de obras artísticas e intelectuais. Um dos resultados disso é esta publicação, outro estão disponíveis na Internet, mas de fato, tudo isso inicializou um processo colaborativo que muda a forma com que a cultura, a mídia e a tecnologia será vista pelas novas gerações.

(*) O termo estadunidense é utilizado ao invés de norte americanos pois entende-se por norte americanos também os mexicanos e canadenses.

Publicado em 18/06/2008

Viva e Compartilhada
Adriana Veloso em artigo, debate, entrevista, relatório, tecnologia

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Pesquisa aponta necessidade de integração de sistemas e esforços

O Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura é um novo modelo de gestão que está em curso atualmente dentro do governo brasileiro. O Programa consiste na seleção, conveniamento e financiamento de diversas instituições – de ONGs, OSCIPs a Universidades, Prefeituras, etc – para que estas tornem-se Pontos de Cultura. No próprio portal do Ministério da Cultura lê-se que “um dos princípios do Programa Cultura Viva é a Gestão Compartilhada. Isso significa que o Programa está constantemente aberto ao diálogo com a sociedade civil e defende que a mesma postura seja adotada pelos Pontos de Cultura”. Para compreender a dimensão e complexidade desta proposta de gestão compartilhada em um programa governamental, foram ouvidas três pessoas com diferentes envolvimentos esta nova política pública de cultura: A historiadora Rachel Oliveira que, atualmente, presta uma consultoria em metodologias de acompanhamento, avaliação de projetos e sistematização de informações ao Ministério da Cultura, e que anteriormente trabalhou na Representação Regional do Ministério da Cultura de Minas Gerais; A psicóloga Roberta Scatolini, Secretária de Cultura e orientadora pedagógica do Instituto Paulo Freire, que foi contratado pelo Ministério da Cultura para realizar dinâmicas de gestão compartilhada com os Pontos de Cultura e outros envolvidos; E o cientista social José Paulo Neto, que trabalhou como terceirizado para o Ministério da Cultura na Ação Cultura Digital, responsável pelo letramento digital e midiático das comunidades dos Pontos de Cultura.

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Publicado em 16/04/2008

Sessões atualizadas
Adriana Veloso em bastidores, tecnologia

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Estamos incluíndo novas informações aqui na página. Você tem sugestões de linques, de downloads, ou alguma história da cultura digital que queira compartilhar? É só comentar este post!

Confiram as atualizações na sessão de downloads e no sobre.

Publicado em 14/03/2008

MUAN - Software Livre de Animação
Daniel Taterka em Vídeo, artigo, entrevista, evento, tecnologia

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Você sabia que existe um software livre de animação desenvolvido no Brasil e voltado para uso educacional? É o MUAN que com sua interface simples e intuitiva alimenta o projeto Anima Escola e proporciona a crianças, jovens e adultos acesso a este importante meio de produção cultural.

Segundo o site oficial, o Muan é um sistema open source para animação quadro-a-quadro(…) Sua interface gráfica permite a rápida criação, edição, manipulação e visualização de animações, utilizando câmeras de vídeo ou webcams conectadas ao computador. Por ter sido elaborado para propósitos educacionais, MUAN é simples e fácil de operar, contendo funcionalidades que atendem tanto aos iniciantes quanto aos animadores profissionais.

O premiado animador Marcos Magalhães, um dos idealizadores do projeto, fez uma apresentação muito bacana do Muan no Campus Party. Ele começou com um panorama da história da animação, apresenou exemplos das diversas técnicas usadas desde os primórdios e revelou: “…a linguagem do cinema nasceu da animação…” Na sequência fez uma demonstração da interface descomplicada do Muan realizando uma rápida e simples animação.

O vídeo termina com o sociólogo e professor Sérgio Amadeu entrevistando Marcos e também deixando o seu recado.

Imagens: Bruno Abadias
Edição: Daniel Taterka e Bruno Abadias
Entrevista: Sérgio Amadeu
Música Livre: Drunk Beboper Number 3 (Karion)
Tempo: 04′51″



Publicado em 22/02/2008

O uso do software livre na produção multimidia e a migração.
Daniel Taterka em Vídeo, artigo, debate, tecnologia

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Opa, vou falar um pouco sobre o uso do software livre. É sabido que usamos e estimulamos o uso de ferramentas livres como o sistema operacional linux e os diversos softwares multimidia disponíveis para esta plataforma. Acredito que o uso do SL liberta, sendo o único meio legítimo de apropriação dos meios de produção cultural. O software pirata além de ser ilegal faz uso de uma linguagem proprietária, fechada que em última instância faz é perpetuar uma cultura de uso que existe para dar lucros às grandes corporações. Mesmo que você não pague pela licença, a cultura de uso se dissemina e o resultado é o monopólio, a dominação dos mercados.

O software proprietário licenciado, além destas desvantagens custa caro. Muito caro. E você precisa renovar esta licença a cada nova versão lançada, sob pena de ficar sem suporte.

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Publicado em 20/02/2008

Mobile WebTV Live Broadcast
Mariana Di Stella Piazzolla em Vídeo, evento, tecnologia

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Onde é que todos nós podemos nos expressar com liberdade, dispondo de um mínimo de infraestrutura? Na World Wide Web, claro!

Compreendendo isto é que o projeto Mobile WebTV Live Broadcast foi criado em junho de 2006. Ao vivo, das ruas para a web, um canal de TV, em que cada um pode exibir o quiser, é considerado uma das melhores formas de promover o direito a comunicação e estimular a liberdade de expressão.

Assista abaixo a participação deste projeto na Campus Party.

Este é mais um vídeo produzido, em software livre, pela Casa de Cultura Tainã para a Campus TV.

Entrevista com Antônio Valério Neto
Mariana Di Stella Piazzolla em Vídeo, entrevista, evento, tecnologia

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Robótica foi uma das dez “comunidades” convidadas a participar da Campus Party.

Mas o que é robótica?

Segundo o cientista Antônio Valério Neto, é uma área multidisciplinar que envolve mecânica, eletrônica e software, além de física e química.

Como as pessoas acreditam ser algo difícil de ser compreendido, uma oficina de montagem de robôs foi oferecida no evento com o intuito de aproximar o público leigo de uma área que está crescendo nos últimos anos. Aliás, para Antônio Valério Neto, se você não se familiarizar com o tema agora “daqui há dez, quinze anos, você será atropelado por robótica, com certeza.”

Assista a entrevista no vídeo abaixo:

Imagens e Edição - Eliete Lima, do ponto de Cultura Encine

Finalização - Eliete Lima e Daniel Taterka (equipe São Paulo)




Publicado em 18/02/2008

Reactable com Carlos Lopez
Mariana Di Stella Piazzolla em Vídeo, evento, tecnologia

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A Campus Party apresentou o Reactable, instrumento de música eletrônica colaborativo, com uma interface de mesa multitoque e tangível. Carlos Lopez, o músico que faz shows com a mesa em casas noturnas da Espanha e países vizinhos, foi uma das atrações do evento. Ao mover e relacionar os objetos na mesa ele pôde criar topologias sonoras complexas e dinâmicas.

Assista sua apresentação:

Imagens e edição:

Rô Rocha, do ponto de cultura Curta-se; Daniel Taterka (equipe São Paulo) e Fabio Viana.




Publicado em 12/02/2008

Cultura Digital na Campus Party
Mariana Di Stella Piazzolla em equipe, evento, tecnologia

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Campus Party é considerado o maior evento de entretenimento eletrônico em rede do mundo. Um encontro anual realizado desde 1997, que reúne, durante sete dias, milhares de participantes com seus computadores com a finalidade de compartilhar curiosidades, trocar experiências e realizar todo o tipo de atividades relacionadas a computadores, às comunicações e às novas tecnologias.

Este ano ocorre pela primeira vez no Brasil, de 11 a 17 de fevereiro, na Bienal, Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

A equipe do Cultura Digital (CD) está participando do evento de várias maneiras.

Uma delas é cobertura da Campus TV, resultado de uma parceria entre a assessoria de imprensa do evento e a galera da CD de São Paulo. Cinco Pontos de Cultura - Casa de Cultura Tainã (SP), Curta-se (SE), PC Nortão (MT), Encine (CE) e Nas Trilhas da Cidadania Cultural ( MG) - foram convidados a participar da elaboração de uma cobertuta audiviosual utilizando equipamentos como celulares, câmeras mini-DV e câmeras fotográficas trazidas pelos próprios colaboradores.

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Publicado em 08/01/2008

Padronização dos blogs do Ministério da Cultura
Fabiano Rangel em bastidores, equipe, projeto, tecnologia

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Conforme os projetos de “Blogs de Cultura” surgiam, me deparei com uma questão importante, que não tinhamos um visual padrão para os projetos internos.

Então levei a questão a equipe do MinC e com isso desenvolveu-se dois padrões visuais para os eventos/projetos do Ministério. Juntamente com os padrões desenvolvemos uma marca para simbolizar que o blog é vinculado com o Ministério da Cultura que sempre se encontrará no canto superior direito dos sites.

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Publicado em 10/12/2006

Low Tech Multimídia
Adriana Veloso em artigo, bastidores, equipe, história, tecnologia

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Baixa tecnologia criativa com cultura popular local

Por: Adriana Veloso com colaborações de Renata Aquino e Tati Wells

Software livre além do computador


O marco da entrada do software livre no Brasil deu-se com o lançamento do Conectiva Red Hat, que a partir de 1996 disponibilizou uma versão traduzida ao português brasileiro do sistema operacional Gnu/Linux. Mas foi de fato a sociedade civil que propagou o uso e construiu as relações de compartilhamento, troca e pesquisa intrínsecas ao projeto de um sistema livre e de código aberto. Ações como o Projeto Software Livre, por exemplo, que realiza desde 2000 anualmente o Fórum Internacional Software Livre (FISL) fizeram com que o Gnu/Linux se tornasse mais utilizado e difundido.

Os avanços das interfaces gráficas e dos programas multimídia também foram de suma importância para a abrangência do uso do software livre, mas principalmente sua filosofia de livre distribuição, possibilidade de modificação e customização, entre outras, atraiu muitas pessoas. E a cultura de uso desta nova ferramenta que fez com que os ideais de livre distribuição, compartilhamento e faça você mesma migrassem para outras áreas, como a produção midiática e musical.

Os Indymedias foram os primeiros websites de notícias que utilizaram a licença copyleft. No Brasil, no final de 2000, chega o Centro de Mídia Independente. Logo depois, pessoas ligadas à música, como coletivo pernambucano Re:Combo, passam a utilizar uma licença de remix. É o início da migração dos ideais do software livre para a arte e a cultura.

Com a receita da feijoada disponível para todo mundo, cada região do país reinventou sua versão, adicionou um tempero regional. O licenciamento que permite executar, estudar, aperfeiçoar e distribuir, originário da GNU General Public License (GPL), passa a ser aplicado em outras esferas que não a do software. O que ocorreu no caso do Brasil, nos últimos dez anos, é que o sistema operacional livre e sua ideologia foi encarado e utilizado como um catalisador para ações que sempre existiram no “mundo analógico”.

Libertando da cultura por meio da tecnologia


A partir da distribuição de uma documentação sobre como produzir, aliada à popularização de mídias como gravadores de Cds e DVDs, tornou-se muito mais acessível divulgar realidades regionais. Pois, em contraposição à diversidade brasileira, o monopólio das mídias trabalha em função do jabá, representando na telinha ou no rádio uma cultura muito mais estadunidense (*) que nacional. Quando muito destaca o sudeste e um nordeste rotulado em jargões comerciais.

Paralelamente, a interlocução das mídias livres trabalha mais diretamente com as pessoas, possibilitando que muitas outras vozes e opiniões sejam protagonistas. Conseqüentemente a diversidade é muito maior. Um simples exemplo sobre a produção musical brasileira: Quem é mais representativo, a Sony/BMG e seus 38 artistas nacionais contratados ou os mais de 30 mil musicistas cadastrados no Trama Virtual que disponibilizam suas músicas em licenças livres?

Neste aspecto os Encontros de Conhecimentos Livres e as Oficinas locais , promovidos desde 2005 pela Ação Cultura Digital, trabalham com a auto-estima das comunidades a partir do momento em que as coloca como protagonistas de sua própria história, oferecendo a possibilidade de auto-documentação da cultura popular local. Foram inúmeros os grupos que gravaram seu primeiro CD ou primeiro vídeo de trabalhos criados por gerações. São novas produções culturais refletindo para o mundo a diversidade nacional.

A instrumentalização tecnológica dos Pontos de Cultura, entidades selecionadas em edital pelo Ministério da Cultura para receberem uma verba com vistas a ampliarem suas ações, seja por meio do kit multimídia ou pelo aprendizado do manuseio de ferramentas livres para a produção multimídia, também fez com que estes agentes se tornassem autônomos em sua produção cultural. Já é possível trocar material entre projetos de todo país e com acesso à internet pode-se conhecer muitas outras realidades além daquelas exibidas no plim plim da Rede Globo, como no Acervo Livre, repositório de publicações abertas de material multimídia, por exemplo.

Reapropriação das ferramentas

Em se tratando da realidade brasileira não faz sentido falar em investimentos milionários em hardware (computadores, filmadoras, etc) para promover essa difusão e produção cultural descentralizada. A grande questão fica em como trabalhar com a diversidade cultural e criatividade com poucos recursos.

O diferencial da abordagem brasileira com relação às ferramentas tecnológicas, ou o hardware, é que de fato temos disponível sucata e para nós o lixo tecnológico deve ser reaproveitado. Um máquina de última geração pode até chegar à classe média alta, porém para fazer inclusão digital, entenda-se lá como for o que esta expressão indique, é preciso ter em mente que reciclar é dar acesso.

O copyleft do hardware

Justamente aí entra o Metareciclagem, proposta que serviu de base para a construção da Ação Cultura Digital. Este projeto não se trata apenas de reciclar máquinas antigas para colocar telecentros em funcionamento. Fazer Metareciclagem é principalmente pensar em como empregar a parafernalha tecnológica para projetos socialmente engajados utilizando-se de criatividade artística para isso. Lembrando que por tecnologia entende-se qualquer objeto manipulado pelo ser humano, de uma lápis a um processador dual core.


Desmontar teclados, fazer com eles sensores e com estes fazer um piano no chão é um exemplo de Metareciclagem. Uma video wall, ou parede de telas de computador antigas, exibindo imagens é aplicar o conceito de Metareciclagem. Estes são apenas alguns exemplos de projetos executados por pessoas que trabalham com baixa tecnologia, arte e multimídia. São coisas assim que encantam as pessoas por serem quase inimagináveis no primeiro olhar, afinal, você pensaria em um piano ao ver um monte de teclados velhos e estragados? (Veja o vídeo do piano em funcionamento)

O que as pessoas que aplicam Metareciclagem em suas vidas de fato fazem é levar o conceito de código aberto ao hardware, à parafernália tecnológica. Pois ao abrir a caixa preta da tecnologia, entender como as máquinas funcionam por dentro, reproduz-se a receita do bolo, da feijoada, utilizando-a de sua própria maneira.

Esse olhar, que vislumbra possibilidades infinitas, reflete a criatividade típica das brasileiras e brasileiros. Se propomos novos usos no artesanato porque não na tecnologia? Além disso, a simples atitude de reaprovetar a baixa tecnologia é negar a obsolecência programada da indústria. Ao abrir as máquinas desmistifica-se o que é um computador, seu funcionamento e sua distância, seja ela de origem financeira ou de aprendizado.

Grupos e coletivos como o Metareciclagem, o Mídia Tática, e o Centro de Mídia Independente, atuantes direta ou indiretamente no MinC por meio da Ação Cultura Digital, misturam o low tech com o multimídia em um contexto de mudanças sócio econômicas do qual emerge os conceitos do software livre e os novos tipos de licenciamento de obras artísticas e intelectuais. Um dos resultados disso é esta publicação, outro estão disponíveis na Internet, mas de fato, tudo isso inicializou um processo colaborativo que muda a forma com que a cultura, a mídia e a tecnologia será vista pelas novas gerações.

(*) O termo estadunidense é utilizado ao invés de norte americanos pois entende-se por norte americanos também os mexicanos e canadenses.

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