EDIÇÃO E EVOLUÇÃO


A razão principal para alterar filmes aquando das edições vídeo é remover "barras pretas". Este processo pode implicar o corte de até quase metade da imagem. Há quem diga que certas versões são aceitáveis e até preferíveis pois mostram "mais imagem". Esta página tenciona ilustrar que também esses raciocínios são, de um modo geral, mal fundamentados. Só há uma razão para preferir versões alteradas: não aceitar "barras pretas". Dizer que se prefere a versão fullscreen porque "mostra mais imagem" é procurar justificar uma opção já consumada.

"Mais imagem" é uma fórmula inadequada neste contexto, pois o filme é definido pelo formato escolhido pelos cineastas durante a rodagem. O que está acima, abaixo ou por detrás da câmara, não é relevante para o filme, nem dele faz parte. Como abaixo se ilustra, não é raro que o processo de remoção dos mattes revele "erros" e comprometa uma ilusão.

No que toca a formatação para encher o ecrã de TV, existem quatro cenários possíveis, de acordo com a fonte original, para os quais se apresentam exemplos.


Soft matte: o negativo é exposto a toda a altura; o formato é definido na projecção ou na transferência vídeo.
A formatação normalmente traduz-se em retirar os mattes, tornando a imagem mais alta, mas pode também implicar cortes laterais na imagem, de acordo com as características de cada plano e a discricionaridade do operador de telecine.

Hard matte: faixas negras de área variável cobrem o negativo acima e abaixo.
Não havendo imagem disponível acima e abaixo, a formatação implica cortar imagem nos lados da imagem (até aprox. 28%). Pode ser uma extracção central (o mais normal) ou uma selecção de um dos lados da imagem, de acordo com o que o operador preferir

Super35: o formato scope é extraído da película, sem recurso a uma lente anamórfica.
Há imagem extra para usar numa cópia 4:3. O plano fullscreen normal apresenta acréscimo de imagem na parte inferior do enquadramento, ou em iguais partes acima e abaixo, dependendo do processo de composição para cinema, com cortes pouco pronunciados nos lados.

Anamórfico: o formato scope é obtido através de uma lente anamórfica, a qual comprime a imagem no negativo. Uma lente de efeito inverso é requerida para a projecção.
Todo o negativo é usado, logo não há imagem extra. A formatação 4:3 implica sempre o corte de mais de 43% do enquadramento..

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